Está nos
seios sóis
e nos olhos
faróis
das crianças
que neles
fruem a vida
... na mão
abertamente
aberta
para a mão
que lhe é
estendida
... na
gentileza
de ceder um
lugar
e abrir as
portas
a quem vai a
passar
... na
capacidade
de não
emendar um erro
com outro
erro
que isso é
errar a dobrar
... nos
movimentos do ginasta
e na passada
decidida
de quem sabe
o que quer
na caminhada
da vida
... no salto
da gazela
na pujança
do leão
na cabeça
vigilante do lagarto
na plumagem
do pavão
... nos
pássaros
que voam
fora das gaiolas
e nos peixes
que nadam
fora dos aquários
... na
àrvore gigante
que arranha
o céu
e na planta
minúscula
isolada num
deserto
... nas
flores
quaisquer
que elas sejam
e nos
insectos
que nelas
fruem o néctar
... na morte
que sacia a
fome
já que é da
condição da vida
de vida se
alimentar
... na
técnica e na ciência
que dá olhos
aos cegos
faz correr o
sangue nas veias
e desvenda o
Cosmos
Está por aí
ao alcance
de todos
mas há
muitos
que a não
querem ver
Do Livro "Memória
Inconsumível" - Capítulo "Interlúdio"
Foto - Raul Alexandre
www.olhares.sapo.pt
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